Castelo

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O nome da cidade tem sua origem relacionada aos primeiros aventureiros em busca do ouro. As fontes históricas relatam que o nome surgiu quando um dos exploradores deparou-se com montanhas semelhantes a um castelo de estilo feudal.  Para reforçar, a serra ao lado desta formação tinha o aspecto de muralhas no entorno de um castelo. Essa formação rochosa é conhecida atualmente como Pico do Forno Grande.

 

A colonização

São duas as hipóteses que tentam explicar os primórdios da colonização  no município de Castelo.

Alguns pesquisadores atribuem aos padres jesuítas o ônus da fundação dos primeiros povoados na região das Serras do Castelo, no ano de 1625.

 

No entanto, uma outra perspectiva interpretativa atribui aos bandeirantes tal façanha. Essa dúvida atravessa a história e persiste até hoje.

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Isto porque não há, ainda, suporte documental histórico para que uma delas torne-se majoritária.

 

Primeira hipótese: a ação dos Jesuítas

A Companhia de Jesus foi fundada no ano de 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. A Ordem foi criada no contexto da Reforma Católica, também denominada Contra Reforma, em oposição à Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero.

 

Desde o inicio os Jesuítas, que também ficaram conhecidos como “padres soldados”,   se destacaram por seu trabalho missionário e educacional.

 

Rapidamente ganharam força dentro da Europa e expandiram-se por diversos paises e continentes. Eles chegaram ao Brasil no ano de 1549, trazidos pelo Governador Geral Thomé de Souza.

 

Chefiados por Frei Manuel da Nóbrega foram os responsáveis pela fundação de São Paulo de Piratininga e de seu famoso colégio. Dalí partiram para a sua extensa obra de catequização indígena, fundando aldeamentos chamados de missões.

 

No Espírito Santo, os jesuítas fundaram escolas e aldeamentos em vários lugares. Nessa empreitada destacou-se a figura do padre José de Anchieta, que chegou ao Brasil em 1553. Junto com ele vieram mais seis padres jesuítas, todos doentes.

 

Em nossa região, por volta de 1625, os jesuítas teriam fundado as Missões de Monte Castello, composta por quatro reduções: a do Caxixe ,do Ribeirão, a da Barra do Rio Castelo e a de Salgado.

 

Na região do “Castello” também foi construída uma igreja em homenagem a Nossa Senhora do Amparo. Ela teria sido a primeira no interior da Capitania do Espírito Santo.

 

Controvérsias

Muitas controvérsias cercam a presença dos jesuítas nas Serras do Castelo. Alguns estudiosos acreditam que, para além da catequese indígena e das atividades agrícolas, os padres também estavam em busca de ouro. Entretanto, até hoje não foi encontrada nenhuma prova de que eles tenham iniciado alguma atividade de mineração.

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Segunda hipótese: os bandeirantes

A busca pelo ouro motivou aventureiros de todas as partes da Colônia a enveredarem-se pelo interior do território brasileiro.

 

Abandonando o litoral e arriscando toda a sorte nessa jornada, os bandeirantes abriram trilhas na densa floresta e, por volta de 1695, lograram êxito em sua jornada, descobrindo as primeiras pepitas na região das Gerais.

 

Embora tenha havido uma intensa corrida em direção às Gerais, alguns bandeirantes seguiram outros caminhos em busca dos metais preciosos, como foi o caso do bandeirante Paulista Pedro Bueno Cacunda.

 

Cacunda foi o pioneiro da atividade de exploração do ouro nas “Serras do Castelo” e nos iniciais do século XVIII, fundou um arraial denominado Santana, na região hoje conhecida por Fazenda da Povoação.

 

O povoado tornou-se referência para a prática da mineração, contando com mais de duzentas pessoas, criação de animais e intensa produção de alimentos.

 

O conflito com os padres jesuítas, as dificuldades na lida com os nativos, a natureza inóspita e a falta de apoio da Coroa portuguesa abateram os ânimos do bandeirante Pedro Bueno Cacunda que, três décadas mais tarde, se retira da região e vai tentar a sorte em outras terras.

 

Mesmo após a saída de Pedro Bueno Cacunda da Região das Serras do Castello, a atividade mineradora continuou, embora não fossem raros os conflitos entre índios e garimpeiros.

 

Neste cenário de animosidades, destacaram-se os padres jesuítas. Eles foram os responsáveis por manter, ao longo de alguns anos, o frágil equilíbrio entre os grupos da região.

 

Entretanto, com a expulsão da Ordem Inaciana do Brasil, no ano de 1759, a trégua nas relações entre os nativos e exploradores foi rompida, fato que resultou em inúmeras batalhas.

 

A mais sangrenta de todas ocorreu no ano de 1771, na entrada da Gruta do Limoeiro, e os indígenas saíram vitoriosos, obrigando os exploradores a se refugiarem no Baixo Itapemirim.

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Os constantes ataques indígenas colaboraram para o abandono da região até o inicio do século XIX. No entanto, a esperança de fazer da região um grande centro da exploração do ouro nunca deixou de existir.

 

Em 1816 uma Carta Régia ordenava ao Governador do estado Francisco Alberto Rubim a “adiantar os exames, a descoberta e a lavra das Minas do Castelo”.

 

Apesar de todos os esforços empreendidos, por volta de 1830 havia cessado a busca intensiva pelo metal precioso. A aventura continuou apenas pela iniciativa de alguns ousados garimpeiros, atravessando o tempo e chegando até as primeiras décadas do século XX.

 

Ainda hoje é possível encontrar em toda a região vestígios da exploração do ouro: rios com leitos desviados, canais entalhados na pedra, sulcos profundos nas montanhas, montes de cascalhos aglomerados, além dos próprios nomes de algumas comunidades: Bateia, Patrimônio do Ouro, Fazenda da Prata, Córrego da Prata.